
Depois do jogo Brasil e Holanda, os técnicos dos dois times deram entrevistas rápidas, ainda no estádio. Dunga deu a entender que o jogo contra a Holanda foi o último dele no comando da seleção brasileira.
Durou 90 minutos o último capítulo de Dunga como técnico da Seleção.
Segundo ele, o contrato com a CBF terminava nessa Copa do Mundo: “Quanto ao meu futuro, já se sabe bem, quando eu cheguei na Seleção que eram quatro anos que eu ia ficar”, declarou.
Nesta sexta, foram dois Dungas: o alegre, o contente, o entusiasmado. Antes dos dez minutos, gol brasileiro. Mas a partir daí, a irritação foi tão grande que até o quarto árbitro tentou controlar a situação. Dunga não sentou no banco o jogo inteiro.
Curioso foi o comportamento de Bert van Marwijk. Gol do adversário? Ele pouco reagiu. Levantou algumas vezes. O traje social-esportivo não amassou. O técnico holandês realmente é bastante discreto, calado a beira do campo. Mas no vestiário ele deve ter falado muito.
No segundo tempo, observou atentamente a um dos primeiros ataques holandeses. Foi o tempo de se sentar e levantar de novo para comemorar o empate.
Dunga incorporou o espírito zen do adversário no gol contra de Felipe Melo.
Bert van Marwijk estava tão preocupado com a sua defesa que nem percebeu a agora carequinha mais famosa da Holanda passar. Minutos depois, o segundo gol, a virada com Sneijder, e nada de amarrotar a roupa. O homem sequer suou.
“Quando assumi, há dois anos, disse que a gente poderia ser campeão mundial, e não acreditaram em mim”, desabafou o técnico.
Os últimos minutos foram torturantes nos dois bancos. No lado laranja, o sofrimento se transformou em alívio, felicidade. Dunga e o Brasil caíram para o melhor adversário que enfrentaram na África do Sul.
“Sem dúvidas, todos nós estamos muito tristes porque não esperávamos, trabalhamos para obter um resultado diferente”, afirmou Dunga.
Bert van Marwijk segue e pode ser o primeiro técnico holandês campeão do mundo e, diga-se de passagem, com muita elegância.
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