quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Ele caiu no gosto do povo

O artista plástico carioca Max já encarou dois paredões e voltou à disputa por 1 milhão de reais como favorito

“Qual é a sua? Eu não sou meio-termo. Se é para brincar, a gente brinca. Se for para levar a sério, a gente leva. Decida-se.” A afirmação de Maximiliano Porto para a professora de modelos Francine Paia, quando eles estavam deitados na cama, logo após uma festa no Big Brother Brasil 9, na quarta-feira (4), parece dizer muito sobre a personalidade do artista plástico carioca. Enquanto Francine não se decide se quer ou não namorá-lo diante das câmeras do programa ou apenas trocar bitocas debaixo do edredom, Max cobra de sua parceira de arrulhos o que parece sobrar em sua personalidade: atitude. E é isso o que tem encantado os telespectadores.

Max, 30 anos, é inteligente, articulado, engraçado, careteiro e sensível, mas também debochado, irônico e um tanto malicioso. O programa está entrando apenas na sua quinta semana e ele já encarou duas vezes o paredão triplo. Na primeira vez, levou 16 % dos votos. Na segunda, menos ainda: somente 8%. São números que o credenciam como um dos favoritos ao prêmio final do reality show, de 1 milhão de reais. Os indícios de que Max caiu no gosto do povo vão além. No camelódromo da Saara, região de grande concentração de comércio popular no Centro do Rio, a nova febre de vendas são os chapéus quadriculados do rapaz. “Olha o chapéu do Max, quem vai querer?”, gritam os ambulantes, que vendem o acessório por 10 reais. No site de relacionamentos Orkut, já há seis perfis criados para ele e diversas comunidades de apoio, uma delas com 190 mil participantes.

"Meu pai veio de outro planeta. Tem uma tatuagem de
triângulo no meio do peito, diz que já foi abduzido".


No domingo (8), ao vivo no programa, Max, que foi imunizado por Milena com o colar do anjo, estava preso a Francine por causa de um castigo, com roupas de irmãos siameses, quando o apresentador Pedro Bial perguntou o que faltava para que eles se tornassem irmãos de verdade. O rapaz fez uma de suas caras engraçadas e disparou: “A gente ter a mesma mãe?” Bial disse que eram as brigas de irmãos que estavam faltando. E não é só nas ruas que o brother é apontado como favorito. O psiquiatra Marcelo Arantes, o mais polêmico personagem do BBB8, escreveu no site de QUEM que Max segue forte na disputa pelo título de protagonista desta edição do programa, ao lado de nomes como Flávio, Priscila e Francine (leia no final da matéria).

Por causa dos amigos

Nascido no Rio de Janeiro e criado em Maricá, na Região dos Lagos, no litoral norte do estado, Max inscreveu-se para participar do BBB9 em novembro do ano passado, por insistência dos amigos. “A gente sabia que ele reunia todas as características que agradam a quem acompanha o programa. Começamos a conversar, ele topou e, a partir disso, o inscrevemos no site”, conta a jornalista Bruna Presmic, amiga dele há dois anos. Era com ela que Max morava, dormindo no sofá da sala, antes de entrar no reality show.

As tatuagens no corpo, o jeito de menino e o visual alternativo (suspensórios, colete, gravata e chapéu) fazem com que Max venha sendo comparado a Rafinha Ribeiro, o verdureiro roqueiro que faturou o BBB8. Max tem um lado místico bastante aparente. Por ter nascido no dia 12 de dezembro, portanto no mês 12, tatuou o número no braço. E também já relatou, em tom jocoso, assim como o fez Rafinha, episódios em que teria sido abduzido por discos voadores. “A gente já sabia que essa identificação iria acontecer. Por causa das tatuagens e porque ele não faz o estilo modelete, de corpo sarado”, diz a publicitária Elisa Andrade, outra amiga dele.

Até entrar no BBB9, Max trabalhava como escultor de bonecos de cerâmica fria, reproduzindo, em miniatura, caricaturas de gente como Miguel Falabella, Laura Cardoso, Claudia Leitte, Marieta Severo e Renata Sorrah, entre outros. Vendia cada um por cerca de 300 reais, mas só conseguia negociar uma média de dois bonecos por mês. Ele define sua técnica artística assim: “Vou te minimizar maximizando sua imagem”, seja lá o que isso queira dizer. E é por isso que ele traz as palavras “minimize-se” e “maximize-se” tatuadas nos antebraços.


Bicos temporários

Em 2003, Max passou no vestibular para a faculdade de Belas Artes, na UFRJ, mas não chegou a se matricular. Sua mãe havia se separado do então padrasto, e ele teve que procurar trabalho para ajudar nas despesas da família. Conseguiu fazer uns bicos temporários, entre eles um como atendente de uma seguradora de veículos. Não passou uma infância pobre, mas nunca teve luxos. A mãe, Clara, artesã de 53 anos, trabalhou como dançarina, no começo dos anos 80, no programa de Chico Anysio, na Globo. Já a profissão do pai, Antônio, de 58 anos, nem o próprio Max sabe definir bem. “Meu pai veio de outro planeta, tem uma tatuagem de triângulo no meio do peito, diz que já foi abduzido. Nunca tive um contato próximo com ele. Eu era pequeno quando meus pais se separaram”, contou ele, já no BBB9. Irmãos são vários: Natasha, de 28 anos; Flávia, de 19, apenas por parte de mãe; e outros cinco, por parte de pai, com os quais nunca conviveu.

Para Clara, Max é um filho que nunca deu trabalho. Certa vez perguntaram, numa reunião na escola, quem era a mãe do menino. Ela se identificou, pensando que iria passar vergonha por causa de algum comportamento errado do garoto. Pelo contrário, foi elogiada. “A professora contou que dois alunos bem capetas, que sempre implicavam com todos, viram Max quieto no recreio e foram mexer com ele. Um deles puxou briga, chamando-o de ‘maricas’, só porque ele não queria jogar bola. E ele disse: ‘Se quiser me bater, tá aqui a minha cara. Mas não vou revidar, porque não te conheço. Só vou te dizer uma coisa: se a gente pode ser amigo, por que vamos ser inimigos?’ O garoto olhou para os lados, colocou o braço no ombro dele e eles se tornaram amigos naquele momento”, recorda a mãe.

Autêntico x Mascarado

Por enquanto, no BBB9, Max não se meteu ainda em nenhuma grande confusão e tem mantido a serenidade, apesar de seu tom muitas vezes irônico e malicioso. Despertou a desconfiança de Newton e de Ralf, depois de explicar que não bebe nas festas para não perder o controle. “Isso é para a máscara dele não cair”, disse Newton, que não se deixou impressionar pelas caretas e tiradas engraçadas de Max. Já Léo Jancu, que desistiu do programa após uma prova de resistência, acredita que Max esteja sendo verdadeiro. “Ele foi um amigão ali dentro. Ele deixou claro desde o começo que era um jogador. Mas não o vejo assim, está sendo autêntico”, diz. Um amigo do rapaz, que prefere não ter sua identidade revelada, tenta definir o estilo arguidor de Max. “Eu traio minha namorada há quatro anos e ele vive dizendo que isso não é legal. Compra briga com as pessoas na base da conversa, mas prefere não se meter muito. Seu apelido é Menino-amor, por causa da tranquilidade”, diz. Se a suposta máscara de Max vai cair ou se ele vai provar ser mesmo esse amor de menino, só o tempo e a vontade dos espectadores poderão dizer.

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