''Não me conformo de você estar fora do ar, sou sua fã, o que eu faço pra você voltar, com quem preciso falar?'', disse a fada madrinha da jornalista em um condomínio de campo no interior de São Paulo.
Silvia Poppovic sempre adorou fazer do seu trabalho uma ferramenta para formar uma opinião pública forte e embasada. Com o nascimento da sua filhinha Ana, ela pensou que gostaria de ser apenas mãe. Com o passar dos anos, começou a questionar sua vida como dona de casa. A gota d'água foi ouvir da pequena Ana: ''Mamãe, o papai é médico, o titio é comerciante, e o que você é?''. ''Sou uma grande jornalista'', respondeu. E pensou: ''Pronto, a coisa ficou feia, agora vou ter que voltar a trabalhar (risos).''
Mamãe maravilha
Quando Silvia Poppovic engravidou, decidiu curtir a maternidade plena. ''Cada coisa tem seu momento. É o que costumo dizer para as mulheres: 'não sofram, há momentos na vida em que é preciso privilegiar mais uma coisa do que outra. Não dá para ter tudo ao mesmo tempo, mas você pode ser feliz. Quando se tem um filho, você precisa estar atenta... Senão, não será boa mãe, tão-pouco boa profissional. É possível ser tudo e com muita intensidade'', desafiou.
Filha de peixe...
Silvia começa a formar opinião em casa. ''Minha filha está ótima, ela tem que aprender a me conhecer como uma mulher profissional. Isso é fundamental para que ela veja que uma mulher pode ser tudo: mãe, profissional e esposa. Ela tem que aprender, senão vai virar uma dondoca e achar que dinheiro cresce em árvore. Isso não.''
Mudança de prioridades
Oito anos após o nascimento de Ana, Silvia volta a ter um programa diário (em 2005 ela chegou a ter um semanal na TV Cultura). ''Criança quer a mãe em casa. Mas vou continuar ao lado dela. Na minha contratação na Band não me preocupei apenas com o dinheiro, mas também com as minhas férias. Gozo de férias escolares com ela. Você começa a negociar condições de vida, estabelecer prioridades.''
Fada madrinha
''Meu retorno à Band aconteceu de forma muito curiosa. Estava em um clube de campo, em São Paulo, assistindo a uma corrida de cavalos. De repente, vejo o Johnny Saad (presidente do Grupo Bandeirantes). Estávamos conversando e no meio do diálogo veio uma senhorinha e disse: 'Com licença, posso interromper? Não me conformo de você estar fora do ar, sou sua fã, o que eu faço pra você voltar, com quem preciso falar?' Quando olhei para o Jonnhy, ele estava todo vermelho. Então soltei: fala com ele que talvez ele possa resolver. Na hora, marcamos de conversar. Essa senhora nem sabe que foi meu anjo da guarda nessa volta. A vida é feita desses momentos.''
Desejo realizado
''Agora é o momento de voltar para a Band e pegar este grande projeto que é um desafio. Um programa diário, ao vivo, das 13h às 14h. Vamos dar as notícias da hora do almoço e fazer um debate do que a gente considerar interessante. Vamos receber pessoas, jornalistas, autoridades, especialistas e personagens que comoveram a cidade durante a semana. Vai ser um programa muito dinâmico. Estreia no dia 2 de março. Pra mim é uma volta com tudo. Sempre aproveitei e ampliei o modo de noticiar durante a minha trajetória profissional que já soma 30 anos. Estou muito animada.''
O ponto de vista da notícia
''O programa vai tratar a notícia de uma maneira diferente. No telejornal, a informação é levada de uma maneira clássica. O debate é uma forma de desmembrar e entender melhor o fato. Para mim é muito legal voltar neste formato. Embora já tenha feito TV durante muitos anos, estava mais ligada ao jornalismo comportamental do que o factual.''
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