quinta-feira, 5 de março de 2009

O ator viaja 'Nas Asas do Brasil'

Um jovem preocupado com as questões sociais, ambientais e culturais do Brasil e do mundo?! Não, não é uma piada. Estamos falando do engajado Max Fercondini.

Aos 23 anos, o paulista de Jundiaí, Max Fercondini tem um histórico para lá de invejado no quesito social. Além de ter conhecimento de causa, o garotão não é daqueles que deixa a questão apenas no papel; pelo contrário, arregaça as mangas e bota a mão na massa. Exemplo disso foi sua participação no congresso 'Diálogos da Terra', voltado exclusivamente a questões ambientais em Belo Horizonte (MG). Nele, o ator expôs seu projeto pessoal 'Nas Asas do Brasil', uma expedição com o intuito de percorrer alguns estados do país a bordo de um avião.


Como foi sua participação no projeto 'Diálogos da Terra'?
Não é bem um projeto, na verdade é um diálogo que trata das questões ambientais. Em 2008, o tema abordado foi o consumo de água. Nele mostrei meu projeto (Nas Asas do Brasil), basicamente por abordar questões sociais, ambientais e culturais. As pessoas talvez ainda não tenham percebido, mas o meio ambiente é muito forte aqui no Brasil, por exemplo, pela Amazônia e sua biodiversidade.

Existem outros artistas envolvidos com essas questões?
O Brasil é palco dessas discussões, principalmente por tudo que herdamos ambientalmente. Os artistas ainda estão tímidos nesse assunto. A Christiane Torloni, por exemplo, está bem engajada com o meio ambiente. O Eriberto Leão também tem projetos em defesa do ambiente.

E você não se sente muito jovem para lidar com esse assunto?
Falo para uma geração específica, sem dúvidas. Eu influencio essa galera que está chegando agora, sim. Da mesma maneira que quando uso uma marca, um tênis, um penteado em uma novela ou uma roupa. Tudo isso influencia de alguma maneira.

Um de seus discursos é que as pessoas têm de agir de maneira correta ambientalmente. Como isso é possível?
Defendo que as iniciativas têm de partir do terceiro setor. As pessoas falam na preservação do meio ambiente como se a sociedade fosse se mover. Eu acho impossível existirem cidadãos ecologicamente corretos com as opções que temos. Se eu tenho a opção de comprar um caderno ou um móvel ecologicamente correto e mais barato, ótimo. Mas geralmente esses produtos são muito mais caros. Então, acho que essa opção não existe verdadeiramente para a maioria. Essa é a mudança que deve acontecer.

E como, de fato, resolveremos o problema ambiental?
Eu sei que toda vez é dito que, se não fizermos nada, no futuro teremos problemas. Mas o que é o futuro no presente? São as crianças! As crianças que estão aí nas escolas, aprendendo novas maneiras comportamentais. Acho que essa transformação pode acontecer já. A partir do momento que elas tiverem um direcionamento ambiental.


''A Terra, como riqueza ambiental, é legado divino para uma nação''


Por que escolheu se envolver com a questão social?
Eu sou uma pessoa interessada em tudo a que tenho acesso. Eu deveria ser jornalista talvez (risos). Gosto de informação. Mas não sou o único garoto de 23 anos, e nem o único ator. Posso ser o de maior expressão, por ser um ator global. Mas, antes de tudo, represento uma geração de pessoas jovens que também estão envolvidas com essa questão. Ainda quero ter orgulho de ser brasileiro. Ultimamente eu tenho orgulho do futebol, da natureza do Rio de Janeiro e do país de uma forma geral. Tenho muito orgulho de como o brasileiro se relaciona com as pessoas que visitam o país. Isso me deixa muito feliz. Mas não tenho orgulho nenhum da nossa política, da corrupção e do ser humano corrompido.

Por que não divulgou ativamente o projeto 'Diálogos da Terra'?
A comunicação é meu próximo passo. Passar a informação adiante é meu objetivo. Fui convidado pelo projeto porque sou ator da Rede Globo e tenho inserção nacional. Depois de quase três meses, só agora estou falando sobre a questão. Eu sei que cabe a mim, que é a minha função divulgar, afinal sou um comunicador.

Afinal, o que é o projeto 'Nas Asas do Brasil'?
É um projeto cultural que ainda não tem data para começar, apenas por meros detalhes. Por mim, teria acontecido em janeiro deste ano, mas com certeza ainda vai virar. Vou fazer uma expedição pelo Brasil, pousar em pontos que tenham relevância social, ambiental e cultural. Vou pousar em diversas sociedades, entre elas a indígena. Vamos abordar a questão cultural, como por exemplo, a história do Brasil. No lado ambiental, vamos lidar com a biodiversidade na Amazônia. Pretendo dar a volta no Brasil. Ainda não posso falar em quantos lugares irei parar, mas em média serão 93 pontos, no Amapá, Amazonas e em vários outros lugares que surgirem.

Sua última novela foi Ciranda de Pedra. Quando pretende voltar às telinhas?
Eu completo 10 anos de carreira em dezembro deste ano. Agora estou em férias, meu contrato na Globo vai até 2010. Dei uma parada para avaliar minha trajetória durante esse tempo. Acho que estou indo muito bem, mas ainda preciso melhorar em alguns pontos.

Quais?
Estou fazendo cursos de sotaques brasileiros com a professora e fonoaudióloga Leila Mendes. É algo que sempre quis e nunca tive tempo de fazer.

E como é esse curso?
O primeiro passo é neutralizar o meu sotaque. Minha referência de sotaque neutro se aproxima do brasiliense. Em Brasília há a maior miscigenação de brasileiros do país. Então, lá tem de tudo um pouco. Depois vem a fase da pesquisa histórica. Tipo: por que o baiano fala arrastado? E por aí vai, até questões hemisféricas. O russo, por exemplo, fala fechado para não perder calor. Já o baiano, fala arrastado, mais lento... O que é isso? É o reflexo do calor, da comida pesada. Agora estou na fase da regionalização. Depois vem pesquisa de vocabulário, ritmo e som. No final é que entra a prática. Mas o lance mesmo é a dramatização, para que eu faça vários personagens diferentes de forma natural. Estou superempolgado com o curso.

Você é jovem, o que significa que é informatizado. Não é estranho que ainda não tenha um blog ou um site?
Na verdade eu já tenho o domínio de um site (risos). Só que ainda está em fase de construção, pois quero estar bem assessorado com relação a isso. Eu sei que quem não se comunica está perdido. Já existe convite para que eu abra um blog. Com certeza vou usar a internet para divulgar minha imagem e para ter um canal direto com meu público. Quando afinal vou estar no ar? O quanto antes!!!

Quando pretende fazer cinema?
Quero muito fazer os curtas de faculdade. Tenho ideias e muita vontade. Nos festivais a que vou, converso com cineastas de curtas. Fui a Los Angeles, no Festival de Cinema Brasileiro, em Hollywood. Foi uma experiência legal, mas, fora todo o glamour americano, lá há muitos brasileiros recém-formados que querem fazer cinema e nem imaginam a nossa disponibilidade. Sabe de uma coisa? Eu trabalho de graça! Em um dos curtas que fiz no Rio, o lance era tão precário que até busquei um estrado de cama com a minha caminhonete. Fiz frete grátis. Vou me envolver com esse pessoal. Não é em todo trabalho que a gente ganha dinheiro. Em alguns casos, como esse do cinema, é um investimento pessoal mesmo.


''Fui chamado para ser o 'Rei do Carnaval de Portugal'. Um brasileiro branco, loiro e com pouco samba no pé''


Quer dizer que você vai sambar em Portugal! Como assim?
Fui convidado pelo Comitê de Carnaval de Portugal (AC) da cidade de Mealhada, no centro de Aveiro (risos). Fui chamado para ser o 'Rei do Carnaval de Portugal'. Um brasileiro branco, loiro e com pouco samba no pé. Eu prometo que pelo menos vou rodar o pandeiro na ponta do dedo. Não vou ficar muito aquém no samba.

E o coração do Max?
Estou namorando, sim (risos). Ela se chama Amanda Richter, tem 19 anos e é atriz. Atualmente faz uma vilã em Malhação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Link-Me