A estrela de "Inimigos públicos" fala sobre sua experiência nas filmagens do longa-metragem
Como você descreve o estilo de Michael Mann?
Gosto muito de ver as mulheres nos filmes dele. Elas são completas e poderosas. Com Michael não existe essa coisa de “vamos contratar uma menina para ter uma coisinha bonita no canto”. As mulheres dele completam os homens. Você percebe que ele ama as mulheres só de ver Gong Li surgindo pela primeira vez em Miami Vice.
Como é contracenar com Johnny Depp, um dos galãs mais cultuados do mundo?
Johnny é um cavalheiro. Trata todas as pessoas do mesmo jeito, sejam elas o diretor do filme ou o marceneiro. Ele foi bastante simpático comigo, estava muito nervosa. Era meu primeiro grande filme em inglês, e após dois anos viajando o mundo para promover Piaf – Um hino ao amor. Sempre fico nervosa quando começo um filme, acho que não vou conseguir desempenhar bem o papel. Estava particularmente mais nervosa dessa vez, pois tinha de adquirir o sotaque perfeito de uma americana que cresceu no meio do país, o que é impossível de fazer o tempo todo.
E esse nervosismo atrapalha na feitura de uma cena de sexo como a do filme, com Johnny Depp?
Cena de sexo? É algo que não gosto de fazer, nem com o Johnny Depp! Estava aterrorizada, nem com o amor de minha vida (o ator e diretor Guillaume Canet) iria gostar. Nunca tinha feito uma cena de sexo. Um dia antes, conversei com o Johnny. Ele percebeu meu nervosismo e tentou me tranquilizar, dizendo que não estaríamos totalmente sem roupa, que ele seria cuidadoso. A cena acabou resultando numa experiência profissional muito bonita. Ao rodá-la, senti que não estava a sós com meu pavor, mas ao lado de pessoas preocupadas comigo, tentando me deixar à vontade.
Seu nervosismo se estende a todos os filmes? Como foi a experiência de interpretar Edith Piaf?
Estava tão nervosa que tentei disfarçar mergulhando de cabeça no trabalho, não me dando espaço de pensar nisso. Toda vez que perdia o controle, era uma coisa muito assustadora, ficava paralisada, como um bloco de gelo.
Com tamanha insegurança, como é assistir a um filme no qual você aparece?
Dificílimo. Sempre assisto a meus filmes duas vezes. Na primeira, odeio tudo: o filme, minha interpretação, a iluminação, tudo. Na segunda, posso finalmente vê-lo como se fosse a primeira vez.
Você acha que poderia se apaixonar por um criminoso, como acontece com sua personagem em Inimigos públicos?
Acho difícil. Mas esse não é um grande clichê usado pela maioria das mulheres? Quando você se apaixona por um cara sem saber o que ele faz da vida e depois descobre os podres dele, já é muito tarde, você está completamente inebriada de amor. Tive uma experiência similar aos 20 anos. Apaixonei-me e, três semanas depois, descobri que ele era viciado em drogas. Foi difícil, tentei fazer com que ele largasse o vício.
Logo depois de você ganhar o Oscar, em 2008, surgiu um vídeo na internet no qual você questionava a verdade por trás dos ataques do 11 de setembro, chegando a duvidar que as torres caíram por causa do choque com os aviões. O que tem a dizer sobre esse vídeo?
O que disse foi totalmente tirado de contexto por jornalistas franceses e, como vivemos nessa aldeia global, a notícia errônea vira real. Isso mostra um pouco o estado do jornalismo atual. Recuso-me, por exemplo, a responder sobre meu namorado. A quem esse tipo de informação vai interessar? E não é um pouco vexatório para um jornalista fazer esse tipo de pergunta? Sobre o incidente, foi uma história ridícula. Uma das partes mais engraçadas, e tirada fora de contexto, é quando questiono se um homem realmente andou na Lua. Ah, por favor!
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