sexta-feira, 17 de julho de 2009

Mente inquieta

Casado com a atriz Flávia Alessandra há quase três anos, ele fala sobre a paixão pela música e o desejo de ter um filho

Um piano de cauda branco ocupa o centro da sala de Otaviano Costa, 36 anos, em sua casa no bairro da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O instrumento foi um presente da mulher, Flávia Alessandra, 35, para ele no Natal de 2007. ''Cheguei a ver esse modelo, mas guardei o cartão da loja. Um tempo depois, Flavinha descobriu-o no criado-mudo. Quando acordei de manhã, dei de cara com o piano'', relembra Otaviano, desde então o maior responsável pela trilha sonora da casa.

Seu repertório é eclético. Enquanto corre os dedos pelo teclado, ele canta Você, de Tim Maia, Lanterna dos Afogados, dos Paralamas do Sucesso, e deixa o romantismo vir à tona ao interpretar Your Song, de Elton John. ''Dessa eu gosto muito. Foi a canção de nosso casamento'', explica.

Se deixar, Otaviano não para e segue experimentando novos acordes. ''Devo gastar uma hora por dia ao piano. Tiro partituras na internet, acesso as cifras pelo computador. A gente já combinou que é melhor fechar a porta da sala que dá para os quartos. É bonito o som, mas tem uma hora em que eu piro. Às vezes, toco com abafador, porque o piano de cauda tem uma emissão de som muito forte.''

De volta à Globo
Otaviano concilia o hobby com o trabalho na novela das 7 Caras & Bocas, onde vive Adenor, e que marca seu retorno à Globo. ''Não havia nada programado e, dez anos depois (o último trabalho dele na rede foi como repórter do Domingão do Faustão), estou em uma novela da emissora. Desde agosto, já sabia que Flávia seria a protagonista. Em dezembro, Walcyr (Carrasco, o autor) veio com a ideia de me colocar na novela. Era um sonho nosso trabalhar juntos. Está sendo uma delícia poder desfrutar, em alguns momentos, das mesmas horas no set'', conta.

Em março, Flávia passou 11 dias gravando na África do Sul e Otaviano se tornou o que ele chama de ''o cara da casa''. ''A época de solteiro me ensinou regras. Posso fazer a maior bagunça, mas, depois, sou o primeiro a organizar'', diz ele, que teve a companhia da enteada, Giulia, 9, para segurar a saudade da mulher. ''Flávia e eu temos uma relação madura. A vida que está sendo dada para a gente viver começou ao contrário do natural. Tudo foi rápido (os dois começaram a namorar em junho de 2006 e em outubro do mesmo ano já estavam casados). Em compensação, a gente agora pode se curtir muito. Estamos nos conhecendo cada vez mais.''

Com Giulia, Otaviano afirma ter um precioso workshop para entender a paternidade. ''Eu me casei para ter filho, mas, um dia antes do casamento, Flávia foi chamada para fazer Pé na Jaca (novela da Globo). Eu também ainda estava me mudando de São Paulo para o Rio. Imagina se tivesse tido um filho naquela hora? É um sonho nosso para daqui a pouquinho. Enquanto isso, estou ficando PhD em paternidade com a Jujuba. Marcos (Paulo, diretor) é o pai de sangue e eu, o de coração'', afirma.

Mil e uma utilidades
Marido dedicado, padrasto gente boa, ator, pianista nas horas vagas, Otaviano adora acumular funções. Energia não lhe falta. Na área externa da casa, ainda arranja disposição para brincar com os cachorros, da raça buldogue francês, Manolo e Lola. ''Minha mente é inquieta'', diz ele, que já jogou vôlei pelo Banespa, foi locutor e imitador na rádio Jovem Pan, VJ na MTV, manipulador de marionetes no infantil Casa da Angélica (SBT), ator de pegadinhas, apresentador na Band e na Record, e, até um pouco antes de se casar, vocalista do grupo Os Thomés.

O estilo faz-tudo começou ainda na infância, quando saía pelas ruas de Cuiabá (MT), onde nasceu, com um gravador de fita cassete debaixo do braço. ''Eu me divertia inventando um programa eleitoral gratuito. Era um agitador cultural e esportivo. Marcava campeonato de pingue-pongue nas manhãs de domingo'', lembra. Como as notas boas não eram seu forte, acabou expulso da escola. ''As alternativas para fugir da sala de aula me seduziam. Falsifiquei boletins. A família achava que eu ia bem, ganhava presentes e viagens'', entrega.

Da adolescência, ele guarda a amizade de Rodrigo Buccolo, Geraldo e Rogério Thomé. ''Montamos uma banda e participamos do Festival da Canção do Sesc. Ensaiávamos embaixo do prédio ou na garagem de alguém. Infernizávamos meia Cuiabá com isso. Depois, em 2005, a gente se reaproximou em São Paulo e fechou o ano com quase 200 shows de Os Thomés. Saí de novo porque tive de morar no Rio.''

Fé no personagem
Agora, a atenção de Otaviano está voltada para o malandro Adenor. A baianidade contaminou o ator. ''Quando vi que ia fazer esse personagem, resolvi abrir a minha gavetinha baiana, com lembranças e fotos de lá'', diz o ator, que recuperou um cordão, ganho em uma das viagens a Salvador, com o símbolo do olho místico, um talismã que protege contra a inveja. ''Sou católico por parte de mãe e espírita por parte de pai. E Flavinha gosta de colocar símbolos de proteção pela casa. É um lugar sagrado. Por isso, escolhemos com cautela as pessoas que vão entrar."

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