Os astros de Os Normais 2 curtem o sucesso da série no cinema e falam sobre a amizade fora das telas, crise no casamento e até ménage à trois
Qualquer semelhança não é mera coincidência entre Luiz Fernando Guimarães, 59 anos, e Fernanda Torres, 43, e o casal Rui e Vani, protagonistas de Os Normais 2 - A Noite Mais Maluca de Todas. Na telona, os dois são noivos há 13 anos. Na vida real, a dupla, que também apresenta o Prêmio Contigo! de TV, é amiga há 14. E, assim como seus personagens da TV e do cinema, assumem que não são nada normais. ''Nós somos doidos demais'', admitiu, aos risos, Luiz Fernando, durante um bate-papo no Hotel Marina Palace, no Leblon, Rio de Janeiro, pouco antes da sessão de pré-estreia do longa, na segunda-feira (17). Na conversa, eles garantiram que nunca discutiram a relação do lado de cá das câmeras e falaram abertamente sobre assuntos picantes.
Como está a relação de vocês?
Luiz - Fértil, criativa...
Fernanda - É mesmo, cheia de frutos. No teatro e no cinema (eles também estão em cartaz na comédia Deus É Química).
Vocês já chegaram a discutir a relação?
Fernanda - Nunca precisou. É incrível, a gente nunca teve nenhum problema.
Luiz - A gente poderia ter até discutido nossa relação artística, mas nem isso. No dia a dia, Nanda me dá uns toques e eu dou uns toques para ela.
O que vocês têm de Rui e Vani?
Luiz - Do que mais gosto no Rui é o questionamento dele sobre as coisas mais simples da vida. Eu tenho isso também. Fico pensando por que o saquinho de doce é tão difícil de abrir... Me dá um nervosismo!
Fernanda - Do que mais gosto na Vani é aquele desespero ansioso dela, acho que isso é tão de mulher. É a falta eterna de alguma coisa. Acho que toda mulher tem um pouco disso. Mas estou mais madura.
Luiz - Isso porque agora ela está com o filho pequenininho (o caçula Antônio, do casamento com o diretor Andrucha Waddington, 39, que tem 1 ano e 4 meses) e fica mais cansada.
Vocês são normais ou doidos demais?
Luiz - Somos doidos demais, isso é real (risos)!
Fernanda - Acho que todo mundo é um pouco como o casal do cinema. É aquela história do Caetano (Veloso): ''De perto, ninguém é normal''. É uma frase maravilhosa.
O que vocês mais gostam e detestam no outro?
Luiz - Eu gosto de tudo dela. Do companheirismo, do caráter, da confiabilidade, do corpo, do físico...
Fernanda - Eu também, gosto do corpo, da beleza, do hálito (risos)...
Comédia é a forma mais fácil de comunicação com o público?
Luiz - Claro. Não há forma melhor de chegar às pessoas. É bem mais legal chegar pelo humor que pelo drama, contando seus problemas. Acho o humor incrível na vida.
Fernanda - É, né? Provocar o riso em alguém é como um gozo.
O filme é para rir, mas também para fazer pensar na relação a dois?
Fernanda - É. O texto é muito inteligente. O negócio de esquentar o casamento com um ménage à trois com duas mulheres é o sonho de qualquer macho, latino ou não latino. O homem tem esse fetiche de a mulher topar que ele a traia, mas com a permissão e a participação dela. Acho que isso vai incitar a discussão da mulher topar uma loucura com o marido.
Luiz - O desgaste na relação é uma coisa real. Acho que a pessoa que estiver com a relação desgastada e for ver o filme vai sair pensando diferentemente. Apesar de o filme não mostrar nenhuma direção. Ménage à trois, hoje, é uma coisa normal ou fora de moda?
Fernanda - Eu vejo todo homem falar que isso é uma coisa linda... Duas mulheres... Deve ser mesmo. Acho bacana, sim. Acho que vai incitar os pensamentos. Reinventar a libido no casamento é um problema da humanidade. Você é fiel por um lado, mas, por outro, não é, porque o casamento vai destruindo a libido. Ao mesmo tempo, você gosta de ser casado.
Já aconteceu isso em seu casamento?
Fernanda - Acho que todos que estão casados passam por isso. Não sei se pelo ménage, mas em relação ao problema de reinventar o sexo no casamento. E os casamentos acabam quando o sexo termina. Se um casamento tem sexo, as pessoas vão às turras, se matam, mas sobrevivem. Mas, quando acaba o sexo, vira amizade ou raiva. Não sei como acontece quando ficamos mais velhos. Não sei como se resolve o companheirismo.
Luiz - Pode virar outro tipo de casamento, uma coisa mais espiritualizada. Mas os casais têm de encontrar soluções.
Vale tudo para salvar casamento?
Luiz - Só não valem coisas terríveis como jogar o outro pela janela (risos).
Fernanda - É, não vale matar o outro.
Qual foi a noite mais maluca de vocês?
Luiz - Eu não me lembro! Dá amnésia no dia seguinte!
Fernanda - Pois é, não lembramos...
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