domingo, 4 de outubro de 2009



Acabou-se o que era doce. Paraíso chegou ao fim arrebentando em sua última semana. Atingiu média de 31 pontos de audiência, uma maravilha para o horário. Sinceramente, fiquei muito triste com a morte de Marcos (João Sabiá). Achava até a última hora que Edmara Barbosa fosse mudar de ideia e deixar o rapaz vivo para curtir seu filho com Edith (Paula Barbosa). Mas não! Marcos explodiu numa das cenas mais bonitas da novela, no que se refere à emoção é claro. Já na parte técnica foi um horror. O acidente foi tão malfeito que nem parecia obra dos profissionais da Rede Globo. Paula Barbosa mostrou mais uma vez que não estava na novela por ser neta de Benedito Ruy Barbosa e sobrinha de Edmara. A menina deu um show e me arrepiou. Enquanto escrevo essas maltraçadas linhas, o último capítulo ainda não foi ao ar. Mas todo mundo sabe que Zeca (Eriberto Leão) e Maria Rita (Nathália Dill) ficam juntos, que Mariana (Cássia Kiss) vai para o convento, que Antero (Mauro Mendonça) termina com Candinha (Chris Vianna) e por aí vai... Continuo achando que, para um casal romântico de novela, o Filho do Diabo e a Santinha contracenaram pouquíssimo. Eriberto e Nathália formaram um lindo par e o público poderia ter sido brindado com muito mais cenas de amor do que as que foram exibidas. Para encerrar a trajetória de Paraíso, elaborei uma relação de tudo o que Foi Bem e Foi Mal na novela. Comentários, por favor...

FOI BEM:
- ÓTIMO ELENCO: É tão difícil destacar um nome num elenco tão equilibrado quanto o de Paraíso. Mas o intenso Eriberto Leão provou que tem todos os atributos para protagonizar uma novela e certamente muitas outras virão por aí. Nathália Dill já havia sido uma das estrelas de Malhação 2008 e também fez bonito. Seus olhos são tão expressivos que, muitas vezes, ela não precisa dizer nada. Consegue passar toda a emoção da cena só com seu olhar. Cássia Kiss, Mauro Mendonça, Reginaldo Faria, Vanessa Giácomo, Alexandre Nero, Carlos Vereza, Leopoldo Pacheco, Bia Seidl, Soraya Ravenle, Walderez de Barros, Kadu Moliterno, Cristiana Oliveira, José Augusto Branco, Cosme dos Santos, Gésio Amadeu, Chris Vianna... Todos agarraram com unhas e dentes as chances que ganharam para brilhar na novela.


- BELAS REVELAÇÕES: Ainda no quesito elenco, Paraíso mostrou a força de jovens atores em ascensão, como João Sabiá, Guilherme Berenguer, Fernanda Paes Leme e Alexandre Rodrigues. Mas ainda revelou uma leva de novos talentos: Juliana Boller, Carol Abras, Guilherme Winter, Lucci Ferreira e a já citada Paula Barbosa. Destaque especial para Daniel, que se saiu muitíssimo bem como o peão Zé Camilo e provou que, além de ótimo cantor, também soube ser um competente ator.


- TRILHA SONORA DELICIOSA: Ouvir a canções tocadas em Paraíso era tão gostoso quanto assistir à novela. E cada música se encaixou perfeitamente com seus personagens e locações. Já assumi minha culpa, minha tão grande culpa por ter falado mal de Deus e Eu no Sertão quando Paraíso estreou. Mas na reta final me apaixonei pela canção interpretada por Victor & Léo na abertura e hoje acho que é uma das músicas mais belas do ano. Ótimas também Jeito de Mato (o tema de Zeca e Maria Rita), Longe (tema de Maria Rosa e Otávio), Pitangueira (tema de Maria Rita), Ordem Natural das Coisas (tema de Zeca), Coração Só Vê Você (tema de Terêncio), Meu Dengo (tema das regateiras) e Faça Alguma Coisa (tema de Zefa).

- TEXTO: Edmara Barbosa provou que herdou o DNA do pai para escrever diálogos bonitos, leves, mas contundentes. Só precisa encontrar uma identidade própria. Gostaria de ver como ela se sairia com uma obra criada e escrita exclusivamente por ela.

- LINDA ABERTURA: Poesia em movimento. Acho que isso traduz aqueles lindos cavalos enfrentando intempéries até conseguirem se encontrar, na abertura da novela. O cenário paradisíaco também ajudou a manter o interesse do público durante meses. Nunca era demais assistir a cenas tão bonitas.

FOI MAL
- EXCESSO DE “PROSA”: Faltou ação na novela. Tudo bem que o estilo de Benedito, que Edmara respeitou tão bem, é o de uma novela mais lenta e contemplativa. Mas o excesso de “prosas” entre os personagens era cansativo. Falava-se muito e pouco acontecia de fato.

- CASAL ROMÂNTICO AFASTADO DEMAIS: Já reclamei aqui que Zeca e Maria Rita deveriam ter ficado mais tempo juntos. Até agora não entendi o motivo que levou os dois a não se acertarem depois que a moça desistiu de ser freira. Nada mais poderia impedir sua felicidade com o peão... Também não engoli direito o repentino casamento de Santinha com Otávio (Guilherme Winter). Não fez o menor sentido os dois simplesmente pularem a etapa do namoro para subirem ao altar. Isso foi pessimamente mal-elaborado.

- PERSONAGENS APAGADOS: Já elogiei o ótimo desempenho do elenco. Quase todos os personagens tiveram chance de brilhar na história. Mas alguns ficaram tão apagados que, muitas vezes, nem lembrava de suas existências. Com isso belas atrizes, como Manuela do Monte, Lidi Lisboa e Lucy Ramos, ou os atores Genézio de Barros, Hugo Gross, Luciano Vianna e Cláudio Galvan, não passaram de meros figurantes. Deve ter sido bastante frustrante para eles.

POLITICAGEM: Tem gente que adora a abordagem política nas novelas. Eu detesto. Acho chato, cansativo e, geralmente, não leva nada a lugar nenhum. No caso de Paraíso, então, foi meramente uma “encheção de linguiça”, como diria a minha avó.

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