O Brasil deve chegar a um total de 110 salas de cinema digital até o início de 2010. A estimativa é de Luiz Gonzaga de Luca, diretor de Relações Institucionais do Grupo Severiano Ribeiro, que mediou debates com profissionais da área de produção de filmes em três dimensões nesta terça (6), durante o Festival do Rio. “Além das já 75 salas existentes, outras 35 devem entrar em funcionamento no país até o início do próximo ano”, disse Gonzaga.
Tieres Tavares, representante da On Projeções nos Estados Unidos, também aposta que 2010 será o ano do formato digital na telona. Especializada em projeções especiais e exibições em painéis de LED, a empresa também fornece equipamentos aos cinemas brasileiros.
"Apesar do alto custo de instalação de uma sala digital, cerca de R$ 500 mil por sala, com pequenas variações, acredito que o mercado brasileiro já esteja preparado para investir nessas salas e abrigar a crescente demanda de filmes em 3D", disse Tavares.
Mesmo com todo o fascínio que o formato provoca, principalmente nas crianças, Joe Peixoto, presidente da Real D — também fornecedora de equipamentos e softwares para este tipo de exibição —, afirma que nada substitui uma boa história.
"Independentemente do formato em que é apresentado, o conteúdo dos filmes ainda é mais importante. Sem um bom enredo, filme nenhum fará sucesso. Tanto que, ainda hoje, temos filmes em preto e branco supercultuados e que continuam despertando interesse nas novas gerações", diz Peixoto.
Durante a palestra, foram exibidos trailers das próximas produções em 3D que chegarão ao mercado brasileiro, caso da animação "Toy story 3"; "A christmas carol", com Jim Carrey e Gary Oldman, com direção de Robert Zemeckis; e "Alice no País das Maravilhas", adaptação de Tim Burton para o livro clássico de Lewis Carrol, com Johnny Depp.
Produção brasileira
Entre os debatedores, o consenso é de que, no Brasil, a produção em 3D está praticamente restrita aos filmes publicitários para o cinema. E com resultados recompensadores. Rodrigo Olaio, sócio-diretor da 3D Mono, empresa que produziu a primeira peça publicitária em três dimensões do Brasil, conta que, apesar do custo um pouco mais alto, o impacto sobre o espectador é muito maior.
"Isso já foi comprovado com base em pesquisas de mercado. A mídia 3D realmente funciona, mas o contratante deve ter em mente que o conteúdo produzido para um anúncio no formato tem que ser totalmente diferente do veiculado em outro meio", destaca Olaio.
Rodrigo Paulo, diretor comercial da 3D Impact Media, também faz um alerta aos possíveis interessados em ver seu produto anunciado em três dimensões.
"Por economia, alguns clientes preferem apenas a conversão de 2D para 3D. Não é a mesma coisa. A adaptação não funciona. A peça deve ser pensada como 3D desde o início", avisa.
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