“Não tenho essa delicadeza”, diz Nathália Dill

Atriz afirma não ter nada em comum com sua personagem em "Paraíso" e diz que já foi grunge, hippie e skatista

O jeito urbano da carioca Nathália Dill, de 23 anos, nem de longe lembra a dócil Maria Rita, a Santinha, sua personagem na novela Paraíso, de Benedito Ruy Barbosa. “Não sou religiosa, não tenho essa delicadeza. Eu falo merda, conto piada ruim”, diz a camaleônica Nathália, que já se aventurou em manobras arriscadas no skate e passou pelos estilos grunge e hippie, além de ter usado cabelos vermelhos e curtíssimos. “Ela é o tipo de pessoa que a qualquer momento vai tomar um banho de cachoeira, depois quer ver os amigos em um barzinho e, de repente, resolve ir dançar em uma gafieira. Às vezes anda de short, outras vezes de calça jeans largona. Tem um estilo muito variado”, conta a mãe da atriz, a professora universitária Evelyn.

Nathália saiu da casa dos pais logo após a estreia de Paraíso, em março, e foi dividir um apartamento com uma amiga no Jardim Botânico. “Aprendi a mexer no banco pela internet! Acabei de comprar meu computador e ainda sou muito ruim”, confessa ela, que está se acostumando a cuidar sozinha da vida.

NAMORADO

Quase que junto com a casa nova veio também um amor novo: há cerca de quatro meses Nathália namora o músico Vitor Paiva, de 26 anos. “A gente se conhece há muito tempo, mas só viemos a namorar agora. Eu tive um namorado antes, que era músico também, o Rafael Zryner, com quem fiquei dois anos e meio. Terminei no ano passado. O Vitor é quem mais ajuda na casa nova e me faz companhia. É meio chato ficar longe”, afirma, referindo-se aos períodos em que viaja por causa das gravações da novela – há locações em Conservatória e Miguel Pereira, no interior do Rio, e em Carrancas, interior de Minas Gerais. “Sou músico, também viajo bastante e acho bom que ela esteja crescendo na profissão”, diz Vitor, baixista da banda Os Outros.

Apesar de Nathália ser novata na televisão – estreou em 2007, em Malhação, como a vilã Débora –, o desejo de seguir a carreira artística vem dos tempos do colégio. “Nas aulas de que gostava, como violão, canto e teatro, era centrada. Mas na aula de matemática, morria de sono mesmo”, diz ela, que prestou vestibular para desenho industrial, mas optou por roteiro teatral na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Do sonho até a o início real da carreira não demorou muito. Nathália começou, em 2003, no curso de teatro na Casa de Cultura Laura Alvim, com Daniel Herz. “A principal característica da Nathália, para mim, é a total disponibilidade para experimentar”, diz o professor. Das aulas vieram três peças de teatro, participação em Tropa de Elite – “Só os meus amigos me veem” –, na série Mandrake, da HBO, e uma última no longa Feliz Natal, dirigido por Selton Mello. “Chorei muito quando soube que havia passado (no teste para viver Santinha)! Tem muita concorrência. Meu pai (o engenheiro e professor universitário Rômulo) anda com a minha foto e mostra para todo mundo, minha mãe compra todas as revistas. Eles adoram.”

APOIO DOS AMIGOS

Amiga de infância de Nathália, Júlia Gorman, também atriz, conta que sempre soube que a parceira de brincadeiras e de inúmeras histórias iria despontar na carreira. “Fizemos o primário, o ginásio e a faculdade juntas. Nós, amigos, sabíamos que em algum momento ela iria estourar”, diz Júlia, lembrando da fase grunge da amiga. “Ela usava bermudão e tocava violão. Só quando entrou em Malhação é que começou a se arrumar mais. Acho que, até então, nunca a tinha visto de salto.”