quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Cinco atores interpretam o presidente em 'Lula, o filho do Brasil'

A cara da presidência tem barba, cabelo grisalho e voz rouca, tudo bastante familiar aos brasileiros. Mas no cinema, Luiz Inácio da Silva ganha vida em cinco rostos distintos e desconhecidos do grande público. A partir de sexta-feira nas salas de todo o país, “Lula, o filho do Brasil” marca a estreia em longas-metragens dos atores Felipe Falanga, de 9 anos (Lula aos 7), Guilherme Tortolio, de 15 (Lula dos 13 aos 17), e Rui Ricardo Diaz, de 31 (Lula a partir dos 18). Já o recém-nascido Cristofer Cauã (Lula bebê) e o pequeno Carlos Guilherme Silva, de 3 anos (Lula aos 3), aparecem menos, mas, assim como o trio, dão vida ao presidente.

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COM MESES (Cristofer)

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AOS 3 ANOS (Carlos)

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AOS 7 ANOS (Rafael)

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AOS 13 ANOS (Guilherme)

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LULA AOS 30 ANOS (Rui e Juliana Baroni, como Marisa Letícia)

Rui é o que mais chama atenção na tela, com mudanças drásticas na voz e no visual — a semelhança com o Lula verdadeiro surpreende.

— Fiz tudo a partir da emoção, e aos poucos, em cena, eu vou me transformando. Estudei o jeito dele falar, mas não tive muita preocupação em imitar, não. Afinal, eu sou ator, não imitador.

Rui fez o filme de trás para frente. Primeiro, ele rodou as cenas com a barba e os 10kg que ganhou para o Lula dos anos 80. Só depois gravou a primeira parte do filme, de cara limpa e mais magro.

— Tive dois meses para engordar, mas apenas três semanas para emagrecer e voltar a filmar. Os seis primeiros quilos foram embora na primeira semana, num spa.

Transição
Guilherme é o responsável por interpretar Lula no início da adolescência, e deixa o personagem pronto para Rui dar continuidade.

— Ele praticamente me passa o bastão, e faz isso muito bem — elogia Rui, que, apesar da diferença de idade, ficou muito próximo de Guilherme por causa do curso de torneiro mecânico que fizeram juntos durante a preparação.

Guilherme ficou satisfeito com o resultado:

— Considero, sim, que fui eu quem fez a transição mais importante. Tinha que ver o Felipe e o Rui nas minhas cenas e me encaixar entre os dois: misturar a inocência de uma criança e a vivência e a malícia de um adulto. Dei 100% de mim para isso.

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Ralação
Os cinco intérpretes de Lula tiveram que passar por testes para conseguir um papel — nem mesmo o neném Cristofer escapou: ele disputou a fase bebê do presidente com a pequena Nicole Santos (isso mesmo, uma menina).

Felipe, o Lula aos 7 anos, lembra cheio de orgulho:

— Foram muitos testes. No último, fiz a cena em que o pai $Lula bate nele. Aí eu falei “para de bater na minha mãe”, e depois disse assim: “Homem não bate em mulher!”. Inventei da minha cabeça.

Em entrevista ao EXTRA dias antes de sofrer um grave acidente de carro, o diretor Fábio Barreto falou sobre a desenvoltura dos atores mirins:

— Felipe me impressionou pela personalidade. Quando ele soltou aquilo de “homem não bate em mulher”, falei: é ele! Já Guilherme ganhou o papel pela semelhança física, pela expressão corporal.

Os três intérpretes principais encontraram seu personagem

Stuckert / Divulgação

Os três intérpretes principais de “Lula, o filho do Brasil” conheceram o presidente e trocaram com ele figurinhas sobre o filme — Lula, aliás, chorou ao assistir ao drama de Fábio Barreto. Todos foram elogiados pelo político, e Rui conta que teve até que imitá-lo frente a frente. Mas, do trio, é Guilherme quem contabiliza mais encontros.

— Foram três vezes! Nas filmagens, fiz amizade com o pessoal do Sindicato dos Metalúrgicos, no ABC Paulista. Aí teve a festa dos 50 anos do lugar, em julho, e o Lula estava lá. Foi o nosso primeiro encontro — lembra o menino, que depois foi convidado, junto com o restante do elenco, para ver o presidente no Palácio do Planalto e ainda o encontrou numa das exibições do filme.

Financiamento
Muito se especula sobre o dinheiro gasto com a produção de “Lula, o filho do Brasil”, baseado no livro homônimo de Denise Paraná, que chega aos cinemas em cerca de 400 salas. Ao todo, foram R$ 12 milhões, mas, numa tela preta antes do início do filme, um comunicado diz que nenhum dinheiro público foi utilizado. O valor é alto se comparado ao orçamento de produções como “Tropa de elite” (R$ 10,5 milhões) e “Se eu fosse você 2” (R$ 6 milhões).

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