Ator fará apresentação do evento ao lado de Steve Martin em 7 de março.
Nesta sexta, ele volta aos cinemas com 'Simplesmente complicado'.
A televisão tem sido generosa com Alec Baldwin, 51. Seu papel no seriado cômico "30 rock" lhe rendeu nada menos do que dois Emmy e três Globos de Ouro - inclusive em 2010. Já, se sua atuação no filme "Simplesmente complicado", que estreia nesta sexta (25) no Brasil, não resultou em indicação para o prêmio máximo do cinema, também não será por isso que Baldwin ficará de fora da festa do Oscar. Ao lado do ator e comediante Steve Martin, ele será um dos anfitriões da premiação.
"Estou curtindo muito a ideia de trabalhar com o Steve. Os produtores têm muitas ideias para a cerimônia, e a única coisa que eles me permitiram dizer é que será a maior transmissão do Oscar da história do cinema americano. Esse é o espírito que estamos tentando captar. A mais excitante, a mais digna, a mais importante e a mais fantástica transmissão do Oscar", adiantou o ator em entrevista a jornalistas em Los Angeles da qual o G1 participou.
Em "Simplesmente complicado", ele vive um advogado divorciado que se vê em uma situação, digamos, complicada depois que vai à formatura de faculdade do filho e volta a se envolver com a ex-mulher (Meryl Streep). Pois é o próprio Martin - de quem Baldwin se diz fã na entrevista - que completa o triângulo amoroso entre seu personagem e o da ex-mulher, com quem, até então, ele vinha mantendo um relacionamento amigável.
Leia a seguir os principais trechos da conversa com o ator.
No filme, seu personagem - já casado com uma mulher mais nova - quer voltar para a ex. O que você acha da atitude dele?
Para mim, é aí que as pessoas cometem seus principais erros na vida, nas relações pessoais. Conheci as mais bem sucedidas mulheres, os homens mais poderosos, e este é um problema que os deixa malucos: eles não conseguem encontrar alguém que seja compatível ou não conseguem que seus companheiros façam o que têm de fazer para o relacionamento dar certo. É sempre uma armadilha. Acho que existem divorciados que ainda não conseguiram se livrar do relacionamento que terminaram, e há outros que se dão melhor totalmente longe da pessoa da qual se separaram. Penso que haverá quem se identifique [com o personagem], assim como também haverá pessoas que sabem que o divórcio foi a melhor decisão para eles (risos).
Por que alguns relacionamentos esfriam tanto?
A maioria das pessoas que conheço têm carreiras e trabalham arduamente. Elas sempre acham um jeito, qualquer que seja o desafio no seu trabalho, para encontrar energia para agir [no lado] profissional. A gente costuma fazer isso em nossa profissão, mas, na maioria das vezes, não empregamos essa mesma filosofia em nossas vidas privadas. E é quando esse tipo de esforço não é feito em prol da outra pessoa que os relacionamentos começam a sofrer.
O que você aprendeu de seus erros em relacionamentos passados?
Aprendi que as pessoas que têm relacionamentos que dão certo costumam ser responsáveis por si mesmas, elas não pedem permissão. As pessoas se colocam numa posição na qual ficam esperando por aprovação. Nós todos cometemos esse erro. A gente tem um relacionamento com a outra pessoa que nos lembra o relacionamento que tivemos com nossos pais, sempre à espera de um sinal para entender se estamos fazendo a coisa certa. Eu acho que, quando vamos ficando mais velhos, a gente começa a entender melhor que nós somos responsáveis pela nossa própria felicidade. Quando você esta num relacionamento com alguém tem que tomar a decisão: ”eu fico, ou caio fora?”. Você não pode achar que vai mudar seu parceiro. O maior erro que todos cometemos é que ficamos num relacionamento sob a falsa esperança de que a outra pessoa vá mudar, e ela não muda.
Você vive uma das melhores fases de sua carreira. Estava mesmo falando sério quando declarou que pretende parar de atuar assim que terminar de fazer a série ‘30 rock’?
Eu vou fazer “30 rock” até que a série termine e depois vou decidir o que fazer. Eu realmente queria tentar outras coisas por um tempo e ver no que dá. Esta é minha quarta temporada na série, e isso significa que eu passo sete meses do ano trabalhando. É uma grande responsabilidade. Fazer filmes requer muito tempo. Ou você faz só isso, ou para, tira um tempo e vai fazer outra coisa. Escrevi um livro, que era uma crítica ao sistema judicial, sobre como o divórcio é legalmente tratado neste país. Não foi necessariamente um ataque à minha ex-mulher, mas, sim, um ataque ao sistema. Adorei escrever o livro e acho que gostaria de fazer mais um. Portanto, existem outras coisas que eu quero fazer, tenho muitas ideias. Neste momento, acredito que tenha que escolher um ou outro lado.
Mas você acha que está preparado para deixar de atuar?
Querer fazer outra coisa não quer necessariamente dizer que eu não goste do que faço atualmente. Eu adoro atuar, adoro fazer a série de TV. Tem sido uma das maiores experiências de minha vida profissional. O público acha a série divertida, e eu também. Trabalho com gente talentosa, todo mundo se dá bem e tem sido uma grande oportunidade para a minha carreira. Mas aí eu paro para pensar em quantos anos ainda me restam e nas outras coisas que eu quero fazer. Uma das coisas que estou muito animado é a de ser o coanfitrião do Oscar com o Steven Martin.
O que esperar de sua parceria com Steven Martin no Oscar?
Estou curtindo muito a ideia de trabalhar com o Steve. Os produtores têm muitas ideias para a cerimônia, e a única coisa que eles me permitiram dizer é que será a maior transmissão do Oscar da história do cinema americano. Esse é o espírito que estamos tentando captar. A mais excitante, a mais digna, a mais importante e a mais fantástica transmissão do Oscar. Esse é nosso desafio.
Olhando para sua carreira até agora, você acha que construiu as coisas que pensava quando ingressou nessa profissão?
Eu acho que não. Mas também tenho que dizer que a coisa mais interessante e gratificante foi ter encontrado as pessoas que encontrei. Para mim, o trunfo de minha carreira foi o de ter encontrado gente. Existem pessoas que são talentosas e dão duro no que fazem, têm suas carreiras voltadas para pegar os mais importantes roteiros, fazer os melhores filmes e serem reconhecidas por seus trabalhos. Algumas pessoas têm essa carreira, como é o caso de Sean Penn e Tom Hanks, que ganham múltiplos prêmios, fazem bons filmes, filmes que você quer rever depois. Mas quantos filmes que estão em sua coleção de DVDs você tem vontade de rever? Quantos “O poderoso chefão” existem hoje para que a gente possa se sentar à frente da TV e ter essa experiência singular? Eu acho que Meryl Streep fez alguns desses filmes, assim como Steve Martin. Eu acredito que não tive muitas dessas experiências em minha carreira no cinema. Mas tive no teatro. Tenho muito orgulho do trabalho que fiz no teatro.
Você fica frustrado quando um filme seu não dá retorno na bilheteria?
As pessoas não entendem que, quando você faz um filme, todo mundo trabalha duro e procura dar o melhor de si. É tudo muito disciplinado. E, um ano mais tarde, quando o filme é lançado, você tem esperanças de que ele dê certo. Quando um filme tem performance desapontadora e não atrai público é uma experiência muito triste. Nancy Meyers (diretora e roteirista de “Simplesmente complicado”), por exemplo, tem o toque de Midas, a receita certa para fazer uma comédia romântica de sucesso. Escritores podem escrever, pintores podem pintar, músicos podem sentar o dia inteiro na frente do piano sozinhos. Mas nós atores precisamos de um público, e quando ele não comparece para ver seu filme, é muito duro. Para dizer a verdade, é bastante doloroso.
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