segunda-feira, 25 de outubro de 2010

CRÍTICA: Adoção rende no ‘Happy hour’

Vespertino que abraça todos os temas possíveis, o “Happy hour” às vezes peca justamente por este generalismo. Nem sempre os debates ganham um mínimo de profundidade e, volta e meia, rola uma derrapagem nas informações fornecidas ali. Nada muito grave, até porque o bate-papo comandado por Astrid Fontenelle é leve, como num fim de tarde de conversa numa roda de amigos. E Fred Lessa, além de bastante informado e atento, conta com a ajuda de um computador para dirimir eventuais dúvidas que se apresentem no papo.

Porém, quando o tema em questão diz respeito diretamente a todos os personagens em cena, incluindo a apresentadora, o “Happy hour” funciona a plena potência. Aconteceu isso com o debate sobre adoção. O programa foi conduzido numa esfera bem pessoal, já que a própria Astrid passou por essa experiência. Todos os convidados contribuíram com um bom relato.

A atriz Aparecida Petrowsky contou que é adotada. A cineasta Tizuka Yamazaki surpreendeu: deixou de lado a máscara social e revelou publicamente quais são, para ela, as diferenças entre ser mãe de um menino adotivo e de outro, biológico. Convenhamos: comparações delicadas, verdadeiros tabus. Tizuka estava, claro, falando por si. Mas, se não emocionou pela dureza, comoveu pela franqueza. O mesmo ocorreu com os outros presentes. Numa hora dessas, o “Happy hour” mostra que, com boa pauta e os convidados certos, é capaz de um debate com fôlego para entrar noite adentro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Link-Me