Um aluno da oitava série da escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, que escapou da morte, contou que, segundos antes de abrir fogo contra os estudantes, o assassino disse que daria uma palestra na sala 5. “Fumo a minha droga mesmo, e vim aqui dar uma palestra para vocês”, disse o assassino.
O que se viu em seguida foi o terror. Com duas pistolas – segundo os próprios alunos, ambas do calibre 38 – Wellington Menezes de Oliveira (foto) começou a atirar em direção aos alunos. Os que tentavam correr em direção à porta eram alvejados primeiro. Até o meio-dia, havia a confirmação de dez meninas e um menino mortos – todos entre 12 e 14 anos. Vinte e oito crianças estavam recebendo atendimento médico – seis deles em estado grave.
Os estampidos levaram pânico a toda a escola, e Wellington, vestido com bota e calças pretas, camisa verde e uma cartucheira para balas de escopeta, passou a buscar vítimas também em outras salas. Alguns alunos conseguiram escapar e, na rua, moradores de Realengo abrigavam os sobreviventes.
O aluno da 8ª série contou ao site de VEJA que viu, em uma das pistolas, uma inscrição, feita com líquido corretor branco: “ADA Capeta”. ADA é a sigla da facção criminosa Amigos dos Amigos, uma das grandes quadrilhas de traficantes que aterrorizam as favelas do Rio – uma pista para a origem do armamento usado no massacre.
Segundo a Polícia Militar, Wellington se matou ao ser cercado pela polícia – ainda não há detalhes sobre que tipo de munição resultou na morte do criminoso. Ele deixou uma carta dizendo que havia acabado de descobrir ser portador do HIV e ser simpatizante de causas religiosas fundamentalistas.
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