
Os repórteres pareciam pautados para pedir aos seus entrevistados que exibissem alguma parte do corpo. Como se não fosse carnaval e seus personagens estivessem se escondendo das câmeras. “Olha que linda, abre a roupa dela, dá uma palinha de seinho”, pediu David Brazil a uma sendo atendido. “Esse bumbunzão é seu?”, perguntou a repórter a uma passista, fazendo a prestativa moça virar de costas para a câmera focalizar tudo de um jeito mais pormenorizado.
Programação trash que se preza não pode ser um primor técnico. Então, uma das reportagens feitas à beira do Canal do Mangue estava inaudível. Era puro som de samba e leitura labial da repórter e seus entrevistados. Mas nada superou o “momento investigativo” de “Bastidores do carnaval”, quando apareceu a legenda “Mulheres abrem a torneirinha: foi um rio que passou em minha vida”. A intrépida repórter achou um grupo de moças fazendo xixi perto de um carro estacionado. Entrevistou sem medo de perguntar coisas do
tipo “como faz para secar?”. Encerrou a matéria orgulhosa: “É a realidade do carnaval do Rio. Só a RedeTV! mostra”. Basta a RedeTV!, não basta?
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