Kate e Gerry vieram pela primeira vez juntos a Portugal após o desaparecimento da filha, a 3 de Maio de 2007. Aos jornalistas disseram que pretendem continuar a tentar encontrar Maddie por acreditarem que está viva "O processo [Maddie] está arquivado mas o assunto não está encerrado." É por acreditarem nesta frase proferida ontem por Rogério Alves, advogado do casal McCann (pais da menina inglesa que desapareceu no Algarve, a 3 de Maio de 2007), que Kate e Gerry se deslocaram a Portugal. Durante a manhã, o casal reuniu-se com os seus dois advogados em Portugal para falar sobre "o que é possível fazer, do ponto de vista legal, para continuar as buscas" em torno da filha, que muitos acreditam estar morta há mais de dois anos.
Foi também para contrariar esta tese que Kate e Gerry vieram ao nosso país, numa primeira visita conjunta após o desaparecimento de Maddie. "Há muito tempo que queríamos voltar a Portugal porque pensamos que este é o local indicado para procurar Madeleine. Queremos incentivar as pessoas a acreditar que ela está viva", disse Kate aos jornalistas num encontro ontem à tarde num hotel da capital e que, segundo os McCann, não estava sequer programado.
Tal como a sua mulher, também Gerry crê que Maddie está viva e recorda o que dois processos judiciais concluíram: "Não há evidências que Madeleine esteja morta ou que nós estejamos, de alguma maneira, implicados na sua morte." Portanto, adianta Gerry, "o mais importante é que, muito provavelmente, ela está viva".
A esperança dos McCann em encontrar a filha com vida aumenta à medida que outras pessoas desaparecidas em crianças vão reaparecendo já adultas. Kate aproveitou mesmo para recordar o recente reaparecimento de Jaycee Lee Dugard, a menina americana que foi raptada aos 11 anos e que acabou por ser encontrada com vida 18 anos depois.
No encontro com os jornalistas, os McCann deixaram claro desde o início que não falariam sobre questões judiciais ou outros aspectos legais. Por isso, pouco falaram quando questionados sobre assuntos relacionados com Gonçalo Amaral, o ex-inspector da PJ que deu início à investigação do caso Maddie. Sobre a ida deste responsável a Inglaterra a convite da Fundação Madeleine McCann, Gerry limitou-se a dizer que "a fundação é irrelevante". Já em relação à proibição da venda do livro Maddie, a Verdade da Mentira - cujo autor é Gonçalo Amaral -, Kate disse que "o mais importante é encontrar Madeleine. Mas, se as pessoas prejudicam esta procura, não podemos ficar quietos".
"Como é a vossa vida sem Maddie?" Esta foi a questão que deixou que o silêncio tomasse conta da sala e a emoção viesse à tona. Kate ficou estática. E foi Gerry quem tomou a palavra. "Estamos a adaptar-nos a viver sem a Madeleine, mas não é isso que queremos." Querem-na de volta, dizem.
Os dois gémeos, irmãos de Maddie, entraram para a escola e, segundo Kate, "perguntam por ela todos os dias". É também diariamente que Maddie não sai da cabeça dos pais. "Rezam pela Maddie?" Segue-se mais emoção e a resposta de Kate: "Rezamos todos os dias pela Madeleine."
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