Coisinha linda do papai!

Em seu melhor momento na carreira, o ator também desfruta uma vida tranquila ao lado da mulher, Betty, e do primeiro filho, Rafael. ''Sabe o tal sonho americano? É isso, sou uma pessoa feliz!''

Rodrigo Lombardi, 32 anos, demonstra cansaço após um dia inteiro dedicado às gravações de Caminho das Índias, em que interpreta o indiano Raj. Mas basta ver o filho Rafael, 1 ano, dando gargalhadas, para abrir um sorriso e partir para a brincadeira. ''Depois de um dia de trabalho, estou esgotado. Mas quando chego em casa e me deito na cama com aquele pedacinho de carne, recupero minhas forças'', diz o ator. Alguns minutos ao lado de Rafael são suficientes para entender tanta entrega. O menino é fofo, sempre sorridente e completamente ligado ao pai. De Rodrigo, Rafael também puxou o jeito tranquilo e a simpatia, diz a mãe, a maquiadora Betty Baumgarten, 32, com quem o ator está casado há três anos.

O ator tem se multiplicado para conciliar o primeiro papel de protagonista com as aventuras de um pai de primeira viagem. E admite que tem sofrido muito com Raj por ser demasiadamente autocrítico com seu desempenho na TV.

O medo de falhar é tanto que já passou noites em claro, pediu aos prantos para refazer cenas e não consegue segurar as lágrimas ao assistir aos capítulos da novela. ''Choro por tudo. Se eu ficar mais sensível do que já sou, viro uma poça d'água.''

Meu momento é agora
''Eu ainda não curti minha mulher e meu filho porque não parei de trabalhar nos últimos anos. Uma das partes tem de ceder e, hoje, esta parte é a família. Amanhã pode ser a carreira. O que eu faço é buscar o equilíbrio. Antes eu não tinha dinheiro para nada, era tudo contadinho. E estou falando de cinco anos atrás. Já trabalhei até como contrarregra. Hoje, vejo que tinha de passar por isso para crescer. Então, minha mulher entende e sabe que este é o meu momento. Infelizmente, perco uma fase bonita do Rafael. Muitas vezes eu saio e ele está dormindo e, quando chego tarde, acontece a mesma coisa. Sei que vamos segurar essa onda, a novela tem prazo de validade. Acredito que viver é equilibrar pratinhos, como no circo: nunca todos estão em cima. O equilíbrio é feito do desequilíbrio. A vida não é estática. Então vamos brincar nesse jogo.''

Um novo homem
''Havia 15 anos queria ser pai e tenho 32! Quando vejo meu filho, nem sei descrever o que sinto. É um amor incondicional. Olho para ele e penso: é um pedacinho de mim. Rafael está na fase de copiar. Ele tem expressões muito parecidas com as minhas, como o sorriso, mas, fisicamente, é a mãe. Agora, entramos num consenso de que ele tem meus olhos caidinhos (risos). Depois de ser pai, eu virei outra pessoa.''

Tímido até hoje
''Quando garoto eu queria ser o mais mulherengo da turma, mas era muito tímido. Sentia vergonha, via meus amigos paquerando e aquilo era um misto de admiração e medo. Pensava: eu não vou conseguir fazer o mesmo! Nunca fui visto como o bonitão, mas também não era um patinho feio. E só me percebi como uma pessoa atraente aos 18 anos. Aí comecei a me encarar, a me olhar no espelho e ver músculos (risos). Continuo muito tímido em relação a isso, mas não preciso me preocupar porque já sou casado. Com Betty, eu fui direto e chamei logo para sair. Até hoje me pergunto se eu fiz aquilo mesmo (risos).''

Fãs educadas
''Hoje sou o galã, amanhã serei o engraçado, depois o tristinho... Podem me rotular, as pessoas têm de adjetivar tudo. Só tenho medo de ser chamado de mau ator. Trabalho incessantemente para que isso não aconteça. Se sou o galã do momento, o que faço com essa informação? Não faço nada! Não vou num lugar e falo: 'Oi, me dá um desconto porque sou o gato do momento?' As pessoas me abordam por estar em uma novela das 8, mas nunca tive problemas com garotas histéricas. Elas são tranquilas, educadas, chegam devagarzinho e não me agarram (risos).''

O amor acima de tudo
''Raj é passional, é um cara que não pode extravasar, e eu sou como ele. Tenho uma angústia dentro de mim de querer fazer algo e ao mesmo tempo não poder. Desde criança sou uma pessoa que não gosta de incomodar ninguém. Se tivesse três festas em uma semana, eu só pedia para meu pai me levar a uma delas. Tinha vergonha de pedir dinheiro para minha mãe também. Levei isso para a fase adulta. Eu penso muito antes de realizar as coisas. Na verdade, sempre dou um jeito de não pôr em prática aquilo que almejo, eu me boicoto. Tenho barreiras e medos, porém estou aprendendo a lidar com isso. Mas largaria tudo por amor. O amor é a razão da vida.''

Homem apaixonado
''Betty é espetacular. Ela aguentou uma barra forte porque na época da gravidez e do nascimento de Rafael eu estava trabalhando em Pé na Jaca e em Desejo Proibido. Passamos a morar juntos logo no início do namoro (eles se conheceram quando Rodrigo fazia a novela Pé na Jaca) e já estamos nisso há três anos. Sem ela, minha vida seria um caos. Betty é o meu principal pilar de sustentação.''

E também romântico
''Não somos casados no papel, mas não é porque sou contra cerimônias, acho que tenho vergonha (risos). Se Betty quisesse muito, eu entraria na igreja com prazer. Mas dizer: 'Vamos?' Aí não... Isso não quer dizer que não seja romântico, eu só não sigo a cartilha. Não sou óbvio no romance: às vezes mando uma mensagem no celular, faço uma ligação inesperada, programo um jantar... São pequenas coisas.''

Mulher dos sonhos
''Betty é a dona do lar e o comanda como ninguém. Quando chego em casa, está tudo pronto. A comida está na mesa, a casa está cheirosa e minha mulher é linda! Sabe o tal sonho americano? É isso, sou uma pessoa feliz! Às vezes, falo: 'Amor, estou atrasado. Preciso me trocar'. Aí olho para a cama, e minha roupa já está passada. É uma delícia, são pequenas coisas, momentos de felicidade. Não sou autoritário, quem manda mesmo é ela!''

Fidelidade acima de tudo
''Tudo que nós, atores, fazemos em cena é técnico, não dá para sentir nada. Em uma cena de sexo, por exemplo, a preocupação é esconder. Vou colocar o braço aqui, esconder uma pança ali (risos). Tenho medo é de ficar vulgar. Encenar é como cozinhar: do bom para o péssimo é uma pitada de sal. E Taninha (Tania Khalill, 31, atriz com quem faz par romântico) é maravilhosa. Eu a conheço desde Pé na Jaca. Minha esposa me conhece e eu lhe dou segurança. Estou indo para lá fazer meu trabalho. Betty sabe lidar com isso.''