Com 31 anos de carreira, ela comemora primeira protagonista nas telas.
Com 31 anos de carreira, Lilia Cabral coleciona personagens marcantes, como a recente Catarina, de “A favorita”, e a vilã Marta, de “Páginas da vida”. Mas só agora, com a comédia “Divã”, que estreia nesta sexta-feira (17), Lilia ganha sua primeira protagonista nas telas. “É um presente, um divisor de águas”, afirma a atriz de 51 anos, em entrevista ao G1.
Na comédia, Lília Cabral tem cenas sensuais com Gianecchini. 'Fui muito sortuda', diz.
Em “Divã”, Lilia divide a cama com dois jovens galãs, Reynaldo Gianecchini e Cauã Reymond, além de José Mayer, que interpreta seu marido. “É uma delícia trabalhar com esses dois. Fui muito sortuda”, diz rindo.
Assista a vídeos com bastidores da comédia 'Divã'
Mas os prazeres de ser protagonista também têm um preço: no filme, a atriz se expõe em cenas de nudez e sensualidade. “Isso foi o mais difícil. Para mim, era uma exposição, um desafio; eu estava muito bem amparada e dirigida, mas era uma dificuldade”, conta
Dirigido por José Alvarenga Jr. (de “Os normais – O filme”), o longa leva ao cinema a peça de teatro de mesmo nome, baseada em texto de Martha Medeiros. Também protagonizada por Lilia, a peça fez sucesso durante três anos nos palcos de São Paulo e Rio.
Na trama, ela interpreta Mercedes, uma mulher de 40 anos, casada há 20, que decide procurar um psicanalista por curiosidade. Entretanto, a terapia acaba transformando sua vida, já que ela começa a se abrir para novas experiências. “Eu e a personagem temos tudo em comum, eu me vejo ali no lugar dela”, afirma.
Confira abaixo trechos da entrevista.
Como é fazer sua primeira protagonista no cinema após 31 anos de carreira?
É um presente, um divisor de águas. Estou muito feliz, bastante realizada. Me envaidece estar lá na tela, mas o que mais gosto é de lembrar do processo, desde a peça, o convite para fazer o filme.
Qual foi o maior desafio?
Foi me expor nas cenas mais quentes e de nudez. Isso foi o mais difícil. Para mim, era uma exposição, um desafio; eu estava muito bem amparada e dirigida, mas era uma dificuldade. Agora tenho o maior orgulho, porque a nudez ficou linda.
Como foi atuar com Gianecchini e Cauã Reymond?
É uma delícia trabalhar com esses dois. Fui muito sortuda. (risos) O Giane é meu amigo e foi muito bom ter ele como parceiro para dividir uma cena difícil como aquela, de nudez. E o Cauã é um ator que está despontando cada vez mais, muito bacana. Quando ele entra, o filme vai lá para cima. Mas a relação com os dois foi muito profissional.
Eu tive que inverter tudo. No teatro eu precisava ter uma postura radical em termos de exuberância, já no cinema é o oposto, a exuberância é da câmera. Qualquer atitude mais exagerada faria o texto perder o crédito. No teatro, eu me preocupava em fazer as pessoas me ouvirem. No cinema, eu procurei me ouvir.
O que você tem em comum com a personagem?
Temos tudo em comum, eu me vejo ali no lugar dela. Acabei emprestando tudo para a Mercedes. Acho que essa minha leveza no jeito de ser ajudou bastante. Apesar de a personagem passar por tantas dores, descobertas e perdas, ela não se desestrutura, a leveza continua. Eu sou assim, tento ser leve na minha vida.
Você também já fez análise, como a protagonista?
Eu faço análise há mais de 20 anos. Isso me ajudou bastante, porque eu sabia exatamente o que fazer. Além disso, meu terapeuta me ajudou muito a construir a personagem.
Foram três anos de sucesso da peça. Por que essa história atrai as pessoas?
Ela é contada de forma simples, contemporânea, inteligente, sem pretensão ou julgamento moral. São situações pelas quais todo mundo já passou ou conhece alguém que já passou. De alguma forma, as pessoas se reconhecem ali.
No filme, a personagem questiona: sexo com ou sem amor? O que é melhor?
De preferência, os dois. (risos)
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