domingo, 4 de outubro de 2009

Carismático, Rodrigo Faro comanda duas atrações e diz que está rico

Quando trocou a Globo pela Record, no ano passado, Rodrigo Faro tinha acabado de fazer sucesso na pele de Tainha, um pescador pra lá de bronco em “O profeta”. Ao não ter o contrato renovado, encontrou na emissora concorrente a chance de, finalmente, realizar um desejo antigo: tornar-se apresentador. Houve quem o aconselhasse a não dar um passo tão incerto, mas Rodrigo não desistiu. Nem mesmo quando teve que substituir Marcio Garcia à frente do “Melhor do Brasil” por quase a metade do salário do titular (algo em torno de R$ 70 mil).
Pouco mais de um ano depois, o substituto virou a prata da casa. Tanto o programa de sábado quanto o bem-sucedido “Ídolos” dão a almejada audiência de dois dígitos. Quando a dança das cadeiras entre os apresentadores do SBT e Record começou, Rodrigo foi chamado para um café com os patrões e saiu com um contrato que vai até 2017.

— Antes só me chamavam pelo nome do personagem que estava fazendo. O público era carinhoso se meu papel fosse o do bonzinho. Hoje, sou reconhecido como o Rodrigo — avalia.

Perguntado se já está rico, Rodrigo, que está com 35 anos, é de uma franqueza que pouco se vê no meio artístico:

— Estou, sim. Se quisesse, poderia parar de trabalhar hoje. Construí um bom patrimônio, ralei muito quando tinha que ficar longe da minha família para complementar o salário. As pessoas parecem ter vergonha ou medo do Imposto de Renda ao se assumirem bem-sucedidas.

No papel de si mesmo, Rodrigo tem realmente se saído bem. De alguns sábados para cá, passou a pagar um mico atrás do outro quando rola o beijo entre os encalhados do quadro “Vai dar namoro”.

Num destes, dançou como Jennifer Beals em “Flashdance” e chegou a imitar Elvis Presley e Sidney Magal:

— Começou com uma brincadeira e agora já é obrigatório, as pessoas gostam de ver a gente em situações meio ridículas, né?

Do velho formato com Marcio Garcia, sobrou apenas o quadro do namoro. Rodrigo, porém, faz questão de frisar que nada é mais como antes:

— Acho que conseguimos deixar o programa mais com a nossa cara.

Viciado no ponto a ponto
Rodrigo sonha, claro, com o dia em que possa fazer “O melhor do Brasil” ao vivo. Mas sabe que a logística seria bastante complicada.

— Se tivesse um programa como o do Faustão, por exemplo, daria. Mas a gente tem muitas trocas de cenário que seriam impossíveis de fazer em menos de cinco minutos. A partir das próximas semanas, tenho o gostinho do ao vivo no “Ídolos”, nas apresentações dos selecionados — explica.

A carreira de apresentador — que começou no “ZY Bem Bom”, da Band, após a saída dele do grupo Dominó — trouxe a Rodrigo um vício:

— Lógico que fico ali no ponto a ponto (que mede minuto a minuto as alterações no Ibope). Isso é uma praga! Acesso de qualquer lugar, com um login e senha, de qualquer computador. Por ali, sei o que está agradando e o que podemos trabalhar melhor. Se me deixar, fico medindo a audiência de todos os programas da TV brasileira.

Cercado por elas
Rodrigo adora trabalhar em equipe. E o mais curioso: ela é composta quase que 90% por mulheres. A começar pela diretora do programa Rita Fonseca, que entrou em campo no lugar de Leonor Corrêa, que mudou-se para o SBT na bagagem de Eliana.

— Olha, vou dizer uma coisa que parece soar como coisa de quem é apenas politicamente correto...

Mas as mulheres têm uma inteligência superior a de nós, homens. A sensibilidade com que tratam qualquer assunto é necessário ao programa, que é acompanhado por mulheres em sua maioria — justifica o apresentador: — São elas que salvam uma pauta, que evitam que a gente ultrapasse o limite do bom senso. Eu adoro ser chefiado por mulher.

Nada de sexo na zona
Coisa de quem foi criado no meio delas. Mais especificamente pela mãe e a avó, já que o pai faleceu quando Rodrigo tinha apenas 8 anos. O príncipe da casa nunca foi tratado como tal. Ralava desde cedo e conversava abertamente sobre tudo. Absolutamente tudo. — Não fui aquele garoto que descobriu o sexo na zona, aos 13 anos, levado pelo pai. Todas as minhas dúvidas foram tiradas com minha mãe, que me deu uma noção muito bacana do universo feminino e do corpo da mulher — conta.
Ironia do destino, vai saber, Rodrigo tem três mulheres sob sua guarda: a mulher, a modelo Vera Viel, e as filhas, Clara e Maria. Com Vera, já são 12 anos de relacionamento, entre namoro e casamento, que, segundo o moço, não teve altos e baixos em função de sua profissão e do assédio que ela proporciona.

— A Vera já foi bem ciumenta. Muito, até. Mas nunca tivemos problemas por conta disso. Somos caseiros, não curtimos baladas. Poxa, a Vera dorme às 22h e eu à meia-noite (risos). Trabalho muito e tudo o que eu mais quero ao fim de uma jornada é voltar para a casa e ficar com minha família. Não tem espaço para traição — garante.

Ele chora, sim!
À primeira vista, pode-se imaginar que todo esse discurso de “bom moço criado pela avó” seja um tanto demagogo. Rodrigo poderia ser classificado como aquele homem “fooofo”, ou até meio fora de moda, já que fala sobre e demonstra sentimentos num mundo em que escondê-los soaria melhor.

Afinal, estamos falando de uma pessoa pública, alguém famoso, que do outro lado da tela parece inatingível.

— Outro dia, me disseram que eu não podia chorar ou me emocionar com algum candidato do “Ídolos”.

Cara, não sou uma máquina. Não vou segurar uma emoção verdadeira. Quem me conhece, sabe que aquele cara na TV sou eu mesmo. Não tem ensaio, roteiro ou interpretação para fazer o que eu faço.

Sou 100% eu — afirma.

Rodrigo credita a boa fase a essa forma humana de apresentar seus programas. Quem o assiste consegue enxergar algo de genuíno ali:

— Quando as pessoas falam comigo na rua e veem que sou o mesmo que assistem durante quatro horas no sofá, ficam felizes. Sou fiel a esse público assim como ele tem sido a mim.

Laços de família
Até os monges tibetanos, em determinado momento, devem ter lá seu momento de ira. Que controlam com muitos mantras, claro. Mas o que tira Rodrigo dessa redoma de tranquilidade?

— Não me deixe com fome, que viro um monstro na sua frente. Meu humor muda seriamente, fico péssimo — entrega.

Com um pouco mais de papo, descobre-se ainda que o moço é bagunceiro (“Só um pouco. Aprendi a me organizar quando morei sozinho”) e que chega a desconcentrar os colegas antes de gravar (“Já tomei muita bronca por conta disso").

OK. Nada que desconstrua o mito. Para completar, Rodrigo curte até colocar laços de fita nos cabelos das pimpolhas.

— Já quis muito ser pai de menino, mas nem sei como seria... Hoje conheço todas as bonecas que existem no mercado.

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